quinta-feira, 7 de maio de 2009

Meu CPF? Não falo!

Dia desses estava no trabalho e lá pelas tantas me liga minha namorada:

BRRRRR... BRRRRRR...
[Eu] Alô.
[Namorada] Oi amor... 
[Eu] Olá... tudo bem?
[Namorada] Tudo e com vc?
[Eu] Tudo querida.
[Namorada] Então... Tô ligando para saber. Nós vamos no espetáculo de dança, né?  {sentiram o 'né' ameaçador?}
[Eu] Sim, a gente já tinha combinado.
[Namorada] Então tá, vou comprar os ingressos. Beijinhos.
[Eu] Bêjo. Tchau.

algum tempo depois...

BRRRRR... BRRRRR...
[Eu] Oi Amor.
[Namorada] Amor, tô aqui no SESC. Então... éééééé... eu preciso do seu CPF.
[Eu] Hú??? Meu CPF?
[Namorada] É... pra comprar ingresso precisa do seu CPF.
[Eu] Como assim? Que coisa estranha, nunca vi isso. 
[Namorada] É a moça aqui. 
[Eu] Que moça?
[Namorada] Da bilheteria. Ela disse que precisa do CPF.
[Eu] Amor... CPF eu não dou. Se quiser pega meu número de identidade, mas CPF não.
[Namorada] Mas amor, sem CPF não dá para comprar...
[Eu] {Silêncio no celular}
[Namorada] Amor???
[Eu] Oi.
[Namorada] E aí?
[Eu] CPF eu não falo.
[Namorada] Mas amor...
[Eu] Não, CPF é coisa séria. Tem muita informação pessoal ligada nele.
[Namorada] Ai.. ai... Está bem... vou ver o que faço aqui. Beijinhos. Depois te ligo.
[Eu] Tá bom. Bêjo bêjo.
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Mais tarde minha namorada me explicou que o SESC pede o CPF para evitar que cambistas comprem todo o estoque de ingressos e com o CPF o ingresso fica quase que nominal.
Excelente inciativa não é mesmo? Evitar cambistas... muito bom!!! Mas alto lá, com número de CPF não né gente.

Isso é coisa séria, séria mesmo e o que me causou estranheza é que ninguém percebeu a gravidade do assunto. Comentei com amigos, amigas, familiares e todos me olharam com aquela cara de "Ei... você tem problemas".

Tá, confesso... sou bem rabugento, mas o fato é que de posse do seu CPF uma pessoa pode ter acesso a dados bancários, histórico de imposto de renda, pedir contas de água e luz e inclusive abrir crediários. Então sempre que me perguntam o meu CPF, respondo educadamente "para que mesmo?".
Não me entendam mal, não duvido das boas intenções, mas afinal de contas o seguro morreu de velho.

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